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Claudia, Cristiane, Daiane, Elaine, Luciana, Sheila, Vanessa O., Vanessa S. Estamos pesquisando o terceiro setor,mais precisamente, a mulher no terceiro setor, criamos este blog para compartilhar um pouco de nossas pesquisas

terça-feira, 18 de maio de 2010

ONGs: A saída para muitas mulheres

ONGs: A saída para muitas mulheres

Diante de tanta desigualdade entre homens e mulheres e relações ainda patriarcais, muitas ingressam no terceiro setor, principalmente em organizações não-governamentais (ONGs) ou lideram movimentos sociais para defenderem seu gênero. "A presença feminina nas atividades e entidades do terceiro setor é indiscutivelmente grande, mas ainda é aconselhável verificar a direção e mando destas organizações e onde estão as mulheres", revela Aparecida.

A pesquisadora Leilah Landim realizou uma pesquisa sobre O Perfil das Organizações de Mulheres no Brasil, entre março e agosto de 2002, com objetivo de traçar um perfil das entidades não-governamentais que trabalham com questões relacionadas à mulher no país. Foram enviados 390 questionários, sendo que 105 tiveram respostas e possibilitaram a viabilização da pesquisa.

A maioria destas organizações foram fundadas por lei na década de 90, sendo que as mulheres que se articulam nessa rede como ativistas e especialistas nas questões de direitos da mulher. Cerca de 85% das organizações participantes da pesquisa e a promoção de direitos das mulheres como tipo de atividades empreendidas. Número de voluntários, de pessoas atingidas pelo trabalho da entidade e formas de associações também foram abordados na pesquisa.

Além disso, foi expressiva a quantidade de entidades que afirmaram não contar com pessoal pago. Cerca de 72 entidades contam com 920 pessoas pagas, sendo 802 mulheres e 118 homens. Mas apenas as organizações que possuem pessoal pago têm uma média de 12,7 pessoas remuneradas por entidade sendo cerca de 11 mulheres e 1,6 homens.

Segundo Leilah, as mulheres possuem uma relação muito forte com a parte assistencial. Antes a mulher era muito presa por uma educação patriarcal e sua oportunidade para ir no espaço público era por meio de trabalhos de caridade nas igrejas. "Muitas entidades, ONGs e pequenas associações de mulheres começam a falar agora a linguagem de direitos humanos, políticas públicas. Elas passam a atuar mais na sociedade por meio destas associações. Isso mexe na relação patriarcal", aponta Leilah.

Para Luís Carlos Merege, coordenador do Centro de Estudos do Terceiro Setor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), as mulheres possuem uma formação, que facilita muitas ingressarem no terceiro setor. Ou seja, muitas são psicólogas, assistentes sociais ou ligadas a áreas da saúde. Além disso, as lideranças surgem muitas vezes na própria comunidade, já que as mulheres se destacam pela sensibilidade.

"Elas começam a cuidar das crianças dos vizinhos. Mais tarde, passam a montar e coordenar uma creche comunitária. Uma das características das organizações é ter muitas mulheres, apesar que nos últimos anos vem aumentando o número de homens interessado em trabalhar no terceiro setor. Percebo pela procura dos cursos, antes eram apenas mulheres, mas agora está ocorrendo uma diversidade", salienta Merege.

"A presença feminina não é mais fato novo. As mulheres têm uma tradição e uma vocação meio que espontânea para atuar e promover mobilizações buscando melhorias para suas comunidades. Por exemplo, a luta por creches, pelo asfalto na rua, pela rede de esgotos, pela melhoria do atendimento nas escolas e nos postos de saúde, entre outros", ressalta Aparecida.

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